Conhecendo a Vila Ventura como centro econômico da região - Instituto Vila Ventura

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27/11/2024

Conhecendo a Vila Ventura como centro econômico da região




A Vila do Ventura, distrito de Morro do Chapéu (BA), teve os seus tempos áureos no período do garimpo. Consta que o lugar e Morro do Chapéu (BA), naquela época, tinham condições invertidas: Morro do Chapéu era distrito da Vila do Ventura e esta, com cerca de 30.000 habitantes, era o município mais importante do lugar.

Depois, com o declínio do garimpo, a Vila foi abandonada e tornou-se uma espécie de cidade semi habitada onde atualmente apenas cerca de 15 pessoas moram entre as ruínas do que já foi o centro econômico da região.

Só isso já seria motivo suficiente para despertar o interesse em conhecer a Vila do Ventura. Com casarões históricos, ruas largas, algumas casinhas coloridas, muitas ruínas e poucas pessoas nas ruas, passear na Vila do Ventura é uma experiência que merece ser vivida. Mas os atrativos do lugar não param por aí.

A Vila do Ventura é o início de uma trilha, com cerca de 4 km de comprimento, que conduz até a Cachoeira do Ventura. Trata-se de uma trilha muito bonita, que não oferece grandes dificuldades, e que pode ser percorrida a pé em cerca de uma hora e meia, (apenas ida). O caminho segue ao lado de um pequeno riacho, que de tempos em tempos se abre no meio da densa vegetação e proporciona acesso a paisagens paradisíacas.

No primeiro destes pontos é possível conhecer a “barriguda”, uma monumental árvore que cresceu em cima de pedras e enfeita um trecho onde as águas correm por entre grandes plataformas rochosas. No segundo ponto, o riacho se apresenta na forma de um jardim em torno de um pequeno lago com um paisagismo sofisticado. 

É possível caminhar sobre as pedras e ao largo das mesmas, avançando sobre o riacho e descobrindo detalhes e recantos de grande beleza. Para se chegar à cachoeira, no entanto, é necessário retornar à trilha original.


A trilha acaba num grande paredão, com cerca de 70 metros de altura, de onde despencam as águas que formam a Cachoeira do Ventura e se acumulam em uma pequena lagoa na frente da mesma. O fluxo de água não é constante, e em períodos de seca a queda d’água desaparece. A lagoa, no entanto, pode sempre ser observada.

No passado, garimpeiros fizeram tentativas para drenar toda a água da lagoa para tentar descobrir pedras preciosas no fundo. A tentativa, no entanto, foi frustrada, pois a grande profundidade da lagoa (até hoje desconhecida), fez com que desistissem de retirar a água do lugar.

Cachoeiras e trilhas

Ainda é possível se observar pequenos trechos intactos da Estrada Real


Para fazer a trilha é desnecessário grandes preparativos, porém é importante levar água e lanches, na Associação da Vila. É importante começar cedo para não ter que voltar de noite. Se você tiver terminado tudo até o meio da tarde, vale a pena completar o dia com uma visita à Cachoeira do Ferro Doido, situada no caminho de volta a Morro do Chapéu (BA).

Para chegar até a Vila Ventura, partindo de Morro do Chapéu, deve-se seguir por 16 km pela BA-052 no sentido Feira de Santana (BA), descendo a Serra do Angelim. No lugar existe uma placa que indica o acesso à localidade de Fedegoso para um lado e Ventura para o outro. 

Deve-se então seguir no sentido Ventura por 8 km por uma estrada de terra que pode ser trafegada sem problemas. Ao final da mesma encontra-se a Vila do Ventura, onde o carro deve ser deixado para se fazer a trilha. Observe sempre a sinalização da estrada. Depois de deixar o asfalto na BA-052, cerca de 2,5 km, é necessário entrar à direita numa outra via de terra, prosseguindo por mais cerca de 5,5 km até completar o percurso total.



Como surgiu a Vila do Ventura?

Garimpeiros procedentes do município de Lençóis, por volta de 1840 se abrigam nas grotas da fazenda do Cel. Porfírio Pereira próximo a uma cachoeira (hoje faz. Várzea da Cobra) um dos garimpeiros chamava-se Ventura.

Logo os garimpeiros descobriram diamante e Carbonado na Vila do Ventura, instalaram um pequeno corte de garimpo sob proteção do Cel. Porfírio e passaram a vender as pedras na cidade de Lençóis, tendo sido o  garimpeiro Ventura era então o responsável pela venda dos primeiros diamantes. O nome da Vila passou a ser então “Vila do Ventura", hoje "Vila Ventura", em alusão ao garimpeiro vendedor de diamantes. 

Logo em toda a região das lavras de ouro e diamante na Chapada este Ventura ficou sendo comentado e assim muitos outros garimpeiros começam a povoar as novas terras promissoras. Sabe-se também que antes do garimpo ser instalado no Ventura, ali já existiam algumas casas de enchimento.

De 1840 a 1864 acontece a boa fase de crescimento, edificações diversas e comércio emergente. Entretanto por ocasião da Guerra do Paraguai e o conseqüente recrutamento de boa parte dos homens a pequena vila entra em decadência.

Passada a guerra, nova fase se instala e a vila volta a crescer, e nas três primeiras décadas do século passado acontece o seu apogeu. A Lei Estadual nº 680 de 27 de agosto de 1906, cria o Distrito de Ventura.

Desde então, percebeu-se nessa época, um forte comércio que aos poucos ia se instalando na praça Comercial  - hoje praça Cel. Dias Coelho - duas escolas, uma estadual e outra municipal e alguns professores particular onde ensinavam a língua portuguesa e a francesa, Instalou-se a Agencia do Correio, Associação dos Empregados do Comércio de Ventura, Teatro, Filarmônica 25 de Dezembro, fundada em 1907, cemitério e uma capela.

Mapa da Chapada Diamantina

Mapa das Trilhas e Pontos Turísticos da Chapada Diamantina

A principal renda do distrito era o comércio do Carbonado que era comercializado diretamente no mercado Europeu. Uma das causas da decadência deste comércio foi a introdução de um elemento sintético que substituiu o carbonato, isto no final da década de vinte do século passado.

Atualmente a Vila do Ventura se constitui um apreciável sítio histórico para o desenvolvimento de pesquisas acerca de um período em que o diamante, o carbonado e os coronéis eram assunto de todos os momentos.

Pinturas Rupestres – Trilha Rupestre na Vila Ventura


A Vila Ventura é um distrito de Morro do Chapéu desde então, que por sua vez esta há 390 km de Salvador, Morro do Chapéu possui mais de 10 sítios que reúnem pinturas em grutas e pedras, com uma infinidade de cachoeiras, paredões, desfiladeiros e a maior concentração de orquídeas da Bahia.

Pinturas Rupestres na Chapada Diamantina

A cidade, localizada a mais de 1.000 m de altitude, é também o paraíso dos fãs de esportes radicais, rota certa para a prática de rapel, mountain biking, trekking e pratica de estudos através da espeleologia é o estudo das cavernas, incluindo sua gênese, evolução, meio físico, povoamento biológico e técnicas de estudo. 

A Toca da Figura, na região do Ventura, possui uma paisagem composta por blocos de rocha que formam abrigos e tocas em meio ao vale.

Os grandes painéis do sítio mostram homens enfileirados, animais em movimento, cenas de caça e homens subindo em árvores. As pinturas da Toca da Figura combinam no mesmo desenho cores diferentes, como vermelho, amarelo, marrom e branco.

Perto dali, a Toca do Pepino é um grande abrigo, que deve ter sido utilizado por caçadores; é composto por um grande paredão, com cerca de 90 metros, repleto de pinturas.

As pinturas nas paredes indicam um conjunto de imagens da Tradição Nordeste, com figuras humanas bem pequenas, um grande grupo de homens enfileirados e cenas compostas por rituais que incluem homens com cocares e ferramentas, como cestas, tacapes e lanças.

A Gruta da Boa Esperança, a 53 km de Morro do Chapéu, agrupa pinturas rupestres e possui uma espécie de altar que sugere ter sido espaço para rituais religiosos.

No Lagedo Bordado, às margens do Rio Salitre, as artes rupestres aparecem em uma rocha, onde também encontram-se pegadas de animais. Para quem se interessa por paleontologia, a Toca dos Ossos, em Ourolândia, é um local repleto de fósseis.

Morro do Chapeú na Chapada Diamantina

Primeiramente habitada pelos índios Paiaiás, no início do século XVI, Morro do Chapéu ganhou esse nome devido ao Morrão de mais de 1.200m em forma de chapéu, que reina absoluto nos ares. Somente em 1909, foi alçado à categoria de cidade. A sua história remonta ao coronelismo e ao ciclo do diamante na Bahia.

Morro do Chapeú na Chapada Diamantina

Envolta por uma infinidade de cachoeiras na Chapada Diamantina – destaque para a do Ferro Doido, com seus 118 metros de queda d’água e grandes paredões, desfiladeiros e grutas, a paisagem de Morro do Chapéu encanta pela diversidade de belezas naturais. 

A região abriga umas das maiores concentrações de orquídeas da Bahia, e é habitat natural do colibri dourado, uma espécie rara de beija-flor presente na região. A cidade, localizada a mais de 1.000 metros de altitude, é também o paraíso para os fãs de esportes radicais, rota certa para a prática de rapel, mountain biking e trekking.

Mas nem só de turismo ecológico vive Morro do Chapéu. Dentro do perímetro urbano, destacam-se as belas edificações, como a igreja matriz de Nossa Senhora da Graça, de 1834, a capela de Nossa Senhora da Soledade, de 1911 (construída por Dias Coelho, o mais ilustre dos coronéis de Morro do Chapéu), o prédio da Prefeitura Municipal, do século XIX e a casa do padre Magalhães, do mesmo século.

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